O sol do meio dia me faz sentir meio vampiro. Mas diferentemente de um vampiro juvenil eu não brilho; estou mais para um Nosferatu, que não lembra do que viu no espelho e lembra a todo o momento da maldita sede.
A noite me abraça, mas é um abraço sufocante. Insisto em não dormir para não abrir um turbilhão de pesadelos dessa mente que ainda sente a sede.
Minha benção, minha maldição é essa sede que sinto.
Sede luxuriosa, sede necessária.
Que nubla meu pensar, que aumenta meu pesar.
E espreito nas sombras.
Não como um fresco vampiro juvenil.
Que anseia e faz rodeios por conta de um simples beijo.
Mas como ser maldito e insaciável que sou.
Que sacia sua sede nos recantos pecaminosos das belas desatentas, das falsas puras e das sonhadoras.
Mordo com força, sussurro obscenidades, misto de prazer e perigo, sem falsas promessas.
Vou com a noite, sem nome, sem lembranças.
Maldita sede que me enche de desejos e de esquecimentos.
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